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Resgatando a História da Abhir
Publicado em 19/05/2010


Arquivos Históricos - Abhir
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Bruno Toldi


Tudo começou com uma comissão da Associação dos Criadores de Cavalos Árabes. Na época a comissão da Associação era formada por Ricardo Lenz César, Gilberto Rossetti e Cid Guardia. Eles organizaram e iniciaram um campeonato que não tinha nome e não tinha regra. Apesar de dar muita confusão por falta de regulamento, foi um sucesso de participação por isso, procuraram Nelson Aliperte, que era um juiz qualificado e oficial da confederação desde 1971 para fazer um regulamento para as provas. Comentaram com Nelson o que havia acontecido na primeira prova, que foi na realidade uma espécie de CCE com uma parte de camping e explicaram que queriam alguém para julgar e para fazer o regulamento das provas.

A Associação do Árabe,demonstrou interesse pela prova que envolvia parte de campo e resistência comprovando tais qualidades no cavalo árabe, desta forma tornou-se patrocinadora nestes eventos.

De uma reunião em São Paulo, surgiu a idéia da criação de outra Associação, estavam presentes Nelson Aliperte, Nick Lunardelli, Ademir, Bruno Ponte, Gilberto, Rui da Fonseca, Ricardo dos Santos, entre outros nomes. Nelson sugeriu à todos uma associação de cavaleiros ao invés de cavalos e assim foi fundada oficialmente a ABHIR. Muitas pessoas procuraram a associação querendo virar sócio fundador pessoas de diversas profissões, de veterinário a advogado, algumas delas nem montavam eram somente apaixonadas pelo esporte.

Em 1982, Nelson aceitou o desafio, e foi realizado o primeiro Campeonato de Hipismo Rural da ABHIR. As provas eram uma mistura de provas isoladas do CCE. Ele selecionou algumas figuras do CCE, as uniu, acrescentou algumas coisas e retirou outras. Também começaram a aparecer alguns projetos de regulamento.

Nelson conhecia como eram feitos os obstáculos, coisa que ninguém mais sabia, ele teve a idéia de trazer para o Brasil obstáculos inspirados em modelos da Inglaterra, Estados Unidos, Itália, França. Filmes militares também serviam para inspirar o armador na criação de obstáculos porque geralmente era só pista de corrida, ele via os obstáculos.

Nos primeiros cinco anos não havia regulamento definido. Como era uma coisa nova as penalidades mudavam visando sempre uma melhora. Algumas experiências e provas não funcionaram. Nelson inventou algumas provas que foram feitas por pouco tempo, como a prova de Guarujá, o grande prêmio de Avaré que era uma espécie de , steeple – corrida com pista de séries. Esta primeira prova foi um sucesso, considerada por muitos uma prova de alto nível.

Aliperte foi a regra e o juiz por 5 anos, além de júri, veterinário, locutor ele ainda fazia cronometragem, ele foi o responsável por inventar todas as provas.
Foi em 1985, que Rui Leme da Fonseca o chamou em sua fazenda e pediu um regulamento por escrito para evitar as decisões de última hora. Ambos ficaram um final de semana inteiro redigindo o primeiro regulamento, isso já na terceira gestão de Rui como presidente na Associação.

Nelson conseguiu grandes feitos como fazer uma pista de cross e uma prova de resistência no Centro de Exposições da Imigrantes, perto do Jardim Botânico em São Paulo. Outras provas foram feitas em Goiânia, Campos do Jordão e a cada novo local, novos desafios e muito trabalho com escavadeiras e enxada.

Em São João da Boa Vista foi onde pela primeira vez se conseguiu chegar a 100 participantes, número considerado bastante alto. Esta competição começou às 7 da manhã e 18hs ainda não havia terminado. As coisas ainda não estavam preparadas para receber um grande número de participantes. Não havia no Brasil uma competição com esta quantidade de competidores, nem de salto, nem em outra modalidade.

Para a realização desta prova, começaram a adaptar algumas coisas: passava um cavaleiro de cada vez, até que começaram à soltar até quatro de uma vez para agilizar a prova. Era complicado julgar mais de dois cavaleiros na pista, mas dava certo.

Para ganharem fundos e conseguir organizar melhor, foi feito um leilão de números e cada cavaleiro tinha o seu. Este número facilitava a identificação do competidor e do julgamento, quando viam o número, sabiam quem era o cavaleiro. “A Abhir nos seus primeiros 8 anos era uma turma de ‘loucos’ aventureiros que topavam qualquer coisa”, diz Nelson Aliperte.

Em 1986, Rui foi a casa de Nelson falando que havia chegado o momento de fazer a prova de CCE.O CCE oferecia muitas possibilidades, porque tinha muitos cavaleiros começando que tinham capacidade de fazer modalidades olímpicas.

Na França ele fez o primeiro ensaio de uma prova de adestramento que era uma prova muito detalhista, onde tinha que ser realizado os movimentos certos nos lugares certos. Quem conseguia cumprir esta primeira etapa, seguia na prova para soma de pontos. Este ensaio foi aprovado e começaram a realizá-lo de forma oficial, usando o regulamento da Confederação e Federação até chegar ao adestramento como é feito hoje.

De grande importância foi à participação de Gil que trouxe muito sucesso para a Abhir, Trabalhou com projetos de marketing o que fomentou as provas da Abhir por muitos anos. Tinham patrocínio da Bayer, Wolksvagem, Casas Pernambucanas, entre outros.

O regulamento ABHIR foi sofrendo adaptações ao longo dos anos, foram criando-se categorias e se incentivando à pratica. Para saber a categoria do cavaleiro e evitar acidentes no percurso Nelson fazia uma espécie de teste de suficiência. Aparecia muita gente nova querendo fazer prova, por isso este teste foi criado, evitava que cavaleiros e cavalos se machucassem. Esses novos cavaleiros recebiam instruções durante a prova no ‘picadeiro’ onde a pessoa não podia correr e se arriscar demais. Algumas regras também eram aprendidas diretamente com o júri que convidava novos cavaleiros a ouvirem os comentários feitos pelo júri e praticar depois.

Naquela época Aliperte quis posicionar a Abhir como uma escola fundadora de modalidade: Hipismo Rural, Adestramento, Salto e CCE. O Salto foi criado primeiro com as categorias pequenas e alguns testes realizados por ele mesmo definia se o cavaleiro podia subir de categoria.

Um pouco antes de se afastar da ABHIR em 1999, Nelson começou a organizar cursos para juiz e armador de percurso e clínicas para ajudar a instruir o pessoal que era promovida pela própria ABHIR. Depois dele, quem assumiu as coisas foi Wilson Mathias Lima, que começou a armar as pistas e assumir as responsabilidades.





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